sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Os filhos e o casamento

Quando eu ainda era adolescente e até a idade adulta vi e ouvi muitos casos de mulheres que engravidavam de propósito com o fim de segurar o marido, namorado, ficante...

Naquela época, por conta da minha inexperiência, eu até acreditava que a estratégia dessas mulheres podia dar certo e o pobre rapaz acabava amarrado pra sempre naquele casamento.

A prática, porém, é bem diferente disso. Ainda mais nos dias de hoje que a separação é mais fácil do que o próprio casamento.

O que sinto é que as pessoas, de maneira geral, estão muito mais egoístas em seus relacionamentos. Algo como cada um por si e Deus por todos. Se é que há Deus na vida dessas pessoas (que há sempre há, mas não por vontade delas).

A frase que se ouve com frequência é: “Casa, se não der certo, separa”. Como se fosse a decisão de aceitar ou não um emprego: “Aceita, se não der certo pede demissão”.

Mas casamento não pode ser assim! Pelo menos não deveria. A decisão de casar vai além de uma decisão de começar um namoro. O sentimento dos dois, claro, deve estar muito bem estabelecido para acertarem a união. Mais do que isso: o companheirismo, parceria, admiração... sem esses elementos não há casamento que dure.

A vinda dos filhos então é o momento da prova de fogo sobre o casamento. Por dois anos, pelo menos, a mulher deixa de ser esposa e passa a ser mãe. Claro que isso não é regra, mas acontece muito.

Naquele período, principalmente no que compete ao primeiro filho, é que cai a ficha do tamanho da responsabilidade que ela assumiu e os olhos se viram completamente ao novo rebento. Não que isso seja uma responsabilidade exclusiva da mulher. As tarefas devem sim ser divididas, mas não tem como fugir, é a natureza! A mãe assume a maior parte da responsabilidade por conta até do laço que tem da barriga a amamentação (mesmo para quem não amamenta, é como se isso acontecesse).

O fato é que o homem fica um tanto quando perdido em meio a tanta mudança. Afinal, quando eram um casal, todas as atenções dela eram para ele.

Junto a isso vem a falta de paciência, de tolerância, o cansaço... pois o trato de um bebê (seja ele primeiro, segundo ou terceiro filho) exige uma dedicação e disposição que vai além dos afazerem diários de uma pessoa comum.

A mulher deixa de ser um ser independente, com a liberdade de ir e vir, e passa a ser dependente do filho (mais do que o filho dela). Para qualquer atividade extra-casa, precisa pensar na logística da criança.

Depois que a criança faz dois anos e passa a ter uma certa independência, a situação começa a melhorar no relacionamento do casal. A mulher se lembra mais do espaço ocupado pelo marido em sua vida e volta a ser esposa.

Claro que essa postura também depende da relação dos dois: do diálogo, da troca e dos vários momentos de desabafos . Há mulheres que nunca mais voltam a ser a mesma, como há aquelas que preferem tudo a encarar o desafio de cuidar do seu próprio filho.

O que importa, porém, é que para a maioria (ao menos das que eu conheço e do que leio por aí), o casamento acaba antes do segundo ano da criança, pois os novos casais não têm paciência de enfrentar situações que não girem em torno só deles e desistem fácil demais!

Se você está passando por esse momento, um conselho que dou é: tenha paciência, vai passar!

Mas se for mesmo para dar conselho, coisa que você nem me pediu, prefiro dar um melhor: converse, procure um momento só para vocês dois, desabafe, mostre suas fragilidades, peça ajuda! Com certeza, essa é a melhor maneira de se vencer qualquer contratempo no casamento.


E que os filhos... ah, que eles sirvam para unir ainda mais vocês, pois com eles que vocês tiveram a verdadeira noção do que é uma família!

Um comentário:

  1. Creio que não podia ter lido tudo isso em momento melhor e mais apropriado. Estou até emocionada. Você tem toda razão. Belas e certas palavras, Carol. Vocês são um exemplo de família! E que família lindaaaa! Beeeijos.

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