Quando eu ainda era adolescente e até a idade adulta vi e ouvi muitos
casos de mulheres que engravidavam de
propósito com o fim de segurar o marido, namorado, ficante...
Naquela época, por conta da minha inexperiência, eu até acreditava que
a estratégia dessas mulheres podia dar certo e o pobre rapaz acabava amarrado
pra sempre naquele casamento.
A prática, porém, é bem diferente disso. Ainda mais nos dias de hoje
que a separação é mais fácil do que o próprio casamento.
O que sinto é que as pessoas, de maneira geral, estão muito mais egoístas em seus relacionamentos. Algo como cada
um por si e Deus por todos. Se é que há Deus na vida dessas pessoas (que há
sempre há, mas não por vontade delas).
A frase que se ouve com frequência é: “Casa, se não der certo, separa”. Como se fosse a decisão de aceitar
ou não um emprego: “Aceita, se não der certo pede demissão”.
Mas casamento não pode ser assim! Pelo menos não deveria. A decisão de casar vai além de uma
decisão de começar um namoro. O sentimento dos dois, claro, deve estar muito
bem estabelecido para acertarem a união. Mais do que isso: o companheirismo, parceria, admiração...
sem esses elementos não há casamento que dure.
A vinda dos filhos então é o
momento da prova de fogo sobre o
casamento. Por dois anos, pelo menos, a mulher deixa de ser esposa e passa a ser mãe. Claro que isso não é regra,
mas acontece muito.
Naquele período, principalmente no que compete ao primeiro filho, é que
cai a ficha do tamanho da responsabilidade que ela assumiu e os olhos se viram
completamente ao novo rebento. Não que isso seja uma responsabilidade exclusiva
da mulher. As tarefas devem sim ser divididas, mas não tem como fugir, é a natureza! A mãe assume a maior parte da
responsabilidade por conta até do laço que tem da barriga a amamentação (mesmo
para quem não amamenta, é como se isso acontecesse).
O fato é que o homem fica um
tanto quando perdido em meio a tanta mudança. Afinal, quando eram um casal,
todas as atenções dela eram para ele.
Junto a isso vem a falta de paciência, de tolerância, o cansaço... pois
o trato de um bebê (seja ele
primeiro, segundo ou terceiro filho) exige
uma dedicação e disposição que vai além dos afazerem diários de uma pessoa
comum.
A mulher deixa de ser um ser independente, com a liberdade de ir e vir,
e passa a ser dependente do filho (mais do que o filho dela). Para qualquer
atividade extra-casa, precisa pensar na logística da criança.
Depois que a criança faz dois
anos e passa a ter uma certa independência, a situação começa a melhorar no relacionamento do casal. A mulher
se lembra mais do espaço ocupado pelo marido em sua vida e volta a ser esposa.
Claro que essa postura também depende da relação dos dois: do diálogo, da troca e dos vários momentos de desabafos
. Há mulheres que nunca mais voltam a ser a mesma, como há aquelas que preferem
tudo a encarar o desafio de cuidar do seu próprio filho.
O que importa, porém, é que para a maioria (ao menos das que eu conheço
e do que leio por aí), o casamento acaba antes do segundo ano da criança, pois
os novos casais não têm paciência de enfrentar situações que não girem em torno
só deles e desistem fácil demais!
Se você está passando por esse momento, um conselho que dou é: tenha
paciência, vai passar!
Mas se for mesmo para dar conselho, coisa que você nem me pediu, prefiro
dar um melhor: converse, procure um momento só para vocês dois, desabafe, mostre suas fragilidades, peça ajuda! Com certeza, essa é a melhor maneira de se vencer qualquer
contratempo no casamento.
E que os filhos... ah, que eles sirvam para unir ainda mais vocês, pois
com eles que vocês tiveram a verdadeira noção do que é uma família!