terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Trabalhar e criar filho, como?

Desde cedo ensaiando sua independência
(Foto: Roberto Mancuzo)
Muitas vezes quando nós, mulheres, nos lembramos daquela que lá atrás queimou seus sutiãs em prol da independência feminina, dá vontade de ter o poder de voltar no tempo e proibir tamanha insanidade! É por causa dela que hoje estamos aqui, independentes, bem remuneradas e cansadas, muiiito cansadas!!!!

É... a vida da mulher atual não é nada fácil! Temos que provar que somos competentes profissionalmente. Estar prontas para conquistar nossos maridos diariamente. Cuidar da rotina da casa e criar os filhos. Sem pensar que para garantir o crescimento profissional, temos que continuar estudando sempre.

Quem leu até aqui deve estar pensando: "nossa, coitada... essa é obrigada a carregar o mundo nas costas". Mas isso não é verdade! Muito pelo contrário. Claro que por alguns momentos penso que tenho o mundo todo em minhas costas... (e nem é preciso ser mulher e mãe para isso). Mas só de imaginar deixar tudo e ficar em casa só cuidando dos afazeres domésticos... ui, chega a me dar coceira.

Trabalhar, ser reconhecida, conquistar meu espaço não é um estorvo, mas uma necessidade - psicológica inclusive. Sem desmerecer quem larga tudo para cuidar dos filhos, mas acho que isso é uma questão de perfil. Eu preciso ter contato com outras pessoas, sentir-me útil e necessária em outros ambientes e saber que tenho outros papéis importantes além do de ser mãe (que ainda acho que é o meu melhor papel).

O fato é que quando está no final da licença maternidade as coisas em casa já estão se acalmando e uma rotina começa a se estabelecer. É claro que a dependência que temos de nossos filhos (muito maior que eles têm de nós), em um momento tão delicado como este, faz com que a decisão de não voltar, para aquelas que a  tomam, se torne algo mais chamativo.

Até porque a logística que envolve uma mãe que trabalha é coisa de profissional. Vai pra escola ou não vai, terá ou não babá, pedir ou não a ajuda das avós... No meu caso, que trabalho de manhã e à noite, talvez seja ainda mais complicado, pois como resolver o período da noite?

Parece quase impossível, mas pra tudo na vida dá-se um jeito. Hoje, com a Maria prestes a completar dois anos, temos uma rotina intensa. Pelas manhãs a Maria vai à escola. À tarde fica com a gente (papai e mamãe) e à noite, reveza os dias livres de pai e mãe com as abençoadas avós. O que seria de nossas vidas sem elas?

Mas, como eu disse, cada realidade é uma e mais, cada perfil é diferente. Muitas mulheres desenvolvem de forma tão perfeita o papel de mãe e de responsáveis pelos seus lares, que saberão fazê-lo de forma a preencher qualquer lacuna de suas vidas até depois que os filhos deixarem suas casas.

O fato é que esta é uma decisão que deve ser bastante pensada para não ser apenas um impulso resultado dos hormônios ainda desconfigurados de uma mãe de um recém-nascido.

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